segunda-feira, 2 de julho de 2012


Deficiente supera barreira do mercado

No Brasil, 23,6% das pessoas empregadas são portadores de necessidade especial, delas 40% tem a carteira assinada. Das 44 milhões de pessoas com deficiência em idade ativa, mais de 23 milhões estão desempregadas. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e revelam que 31% dos desempregados brasileiros apresentam alguma necessidade especial. Toda empresa deve garantir no mínimo 5% das vagas de funcionários para esse público. A oferta é grande, mas é preciso se adaptar.

Fábio Ramos é embalador de supermercado há nove anos no primeiro emprego. Ele apresenta uma dislexia que dificulta sua leitura e compreensão, não impede a comunicação. Ainda assim, a dificuldade não o impediu de buscar um trabalho. “Quando cheguei aqui me treinaram, mas eu aprendi rápido e embalo direitinho. Não foi difícil para chegar aqui, sinto orgulho do meu trabalho e gosto de onde trabalho. Entrei quando tinha 21 anos e fui encaminhado pelo SINE, o Sistema Nacional de Emprego”, conta.

Outras deficiências podem dificultar um pouco mais o trabalho, mas não deixam de ser vencidas. Sandro Freitas é operador de açougue e é deficiente auditivo. Ele sempre trabalhou com isso e ressalta que o faz muito bem. Para conversar com ele, foi necessária a ajuda do chefe do setor dele Francisco Santos, que após anos de trabalho consegue se comunicar e até aprendeu um pouco de libras. “No começo foi difícil, ele se estressava um pouco, mas todo mundo consegue falar com ele já”, afirma. E exalta o que parece ser uma qualidade geral. “Ele trabalha muito. Da hora que chega, até quando vai embora. O Sandro vai lá dentro corta carne, embala, vê o que os clientes querem, faz tudo. Se alguém não entende, ele nos chama”, revela.

Para o empresário Alacid Correa há três vantagens em contratar funcionários portadores de necessidades especiais. “A gente cumpre nossa responsabilidade social, os clientes veem essa atitude e se agradam e ainda contratamos funcionários extremamente esforçados”, afirma. Ele, quem mantem 67 funcionários com deficiência em sua rede de supermercados, explica que ainda treinam cada um deles. “Quando eles chegam são treinados por seis meses, só ficam em vagas as quais se adaptam. Hoje temos eles em vários setores, embalador, pesador, arriador, enfim.”, completa.

Homens são os mais empregados

Para a população com pelo menos uma deficiência, a taxa de atividade foi de 60,3% para os homens contra 41,7% para as mulheres. Em relação ao nível de ocupação são 57,3% para os homens contra 37,8% para as mulheres. Em relação à taxa de atividade por tipo de deficiência, a deficiência mental foi a que mais limitou a inserção no mercado de trabalho, tanto para homens como para mulheres. A deficiência visual foi a que menos influenciou na taxa de atividade, que ficou em 63,7% para os homens e 43,9% para as mulheres.

Sobre o rendimento mensal de trabalho das pessoas de 10 anos ou mais ocupadas com pelo menos uma deficiência, 46,4% dessa população ganhava até um salário mínimo ou não tinham rendimento. Para as pessoas de 10 anos ou mais com deficiência mental ou motora, o maior percentual se encontrava nas classes de mais de meio a um salário mínimo de rendimento de trabalho. Já a maior parte das pessoas de 10 anos ou mais com deficiência visual ou auditiva, concentrava-se na classe de 1 a 2 salários mínimos.

fonte: http://www.diariodopara.com.br/

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