O ouvido médio é formado por três ossículos chamados de martelo, estribo, bigorna, além da abertura do canal. Já o ouvido interno, responsável pelo nosso equilíbrio, é composto pelo aparato vestibular e pela cóclea, que domina nossa audição. A alteração desta cóclea, leva a vários comprometimentos da audição.
“A perda auditiva pode se dar por condução, mista ou neurosensorial. A condutiva é quando alguma coisa está no caminho atrapalhando a condução do som pelo ouvido externo, médio, até chegar ao interno. A perda neurosensorial se dá quando ocorre lesão das células nervosas sensoriais. Já a mista, seria a junção dos dois casos,” explicou Renata.
A perda condutiva é reversível por tratamento médico ou medicação, podendo ser causada por acúmulo de cera, otites repetitivas e infecções. Ou ainda exposição a ruído por longo período.
Segundo a médica, esta perda, quando neurosensorial é considerada mais grave por interferir diretamente no ouvido interno, até o cérebro, dificultando que o nervo auditivo transmita a informação ao mesmo, levando o indivíduo a perder a capacidade auditiva para certos sons. Ela explicou ainda que a perda da audição se divide entre os graus leve, moderado, severo e profundo.
“A perda leve, geralmente não é perceptível, sendo identificada somente através de audiometria. A forma moderada, o indivíduo percebe quando começa a distorcer sons, a voz fica abafada, no convívio não se entende a conversa por inteiro. Já a perda profunda é um grau mais avançado,” dia a fonoaudióloga.
“A cera é a defesa no nosso ouvido, quando há uma produção elevada, o otorrino é o médico especialista que deve realizar a limpeza. Se entrar qualquer coisa no ouvido, por favor, não tentem tirar em casa, encaminhe-se diretamente ao médico. O indicado é que se vá ao otorrino periodicamente para fazer essa avaliação auditiva,” aconselha a médica.
PREVENÇÃO
A prevenção deve ser feita ainda no período gestacional, tomando todas as vacinas e cuidados com infecções bacterianas e virais, como sífilis e toxoplasmose e ainda quanto ao uso de medicamentos antibióticos ortotóxicos, tanto no período gestacional, quanto depois de nascido. A incompatibilidade sanguínea também pode gerar a perda auditiva do bebê.
Os pais de jovens e adolescentes devem ainda estarem atentos quanto ao uso aparelhos de som com volume elevado e de aparelhos eletrônicos diretamente introduzidos no ouvido, ou fones externos e isso em qualquer fase da vida, valendo também para os próprios pais.
“Nenhum fone é indicado em nenhuma fase da vida, mesmo os que não são introduzidos no ouvido, por que ele abafa e começa a matar a célula, por dificultar o transporte aéreo e a ventilação do ouvido. A célula uma vez morta, não se regenera. Isso não que dizer que se você usar por uma semana vai ficar surdo, mas hoje em dia, principalmente os adolescentes, fazem uso contínuo dos fones e sempre acima de 70 decibéis, o que não é indicado. Além disso, quem trabalha exposto a ruídos constantes e altos deve fazer uso contínuo dos EPI, Equipamentos de Proteção Individual.”
É possível perder a audição completamente através de lesões, tumores, traumas acústicos como bombas, foguetes e tiros, e doenças bacterianas ou virais que podem trazer seqüelas. Fora esses casos, a perda completa da audição acontece de maneira gradativa.
“Se for por condução, nós vamos detectar, o que está atrapalhando esse som, para que ele não chegue com qualidade ao ouvido, se é por cera ou se foi por uso indevido de algum objeto pontiagudo que acabou perfurando a membrana timpânica, por exemplo. Caso seja neurosensorial, por perda de células, é indicado o uso de aparelho auditivo que é personalizado.”
APARELHOS AUDITIVOS
A indicação do aparelho auditivo é feita em conjunto com o otorrino e o fonoaudiólogo.
“Todo o trabalho de seleção do tipo de aparelho, adaptação e regulagem é feito com o fonoaudiólogo. Pra cada pessoa, pra cada cor de cabelo tem um aparelho. Pra criança nós temos rosa, de zebra, de todas as cores e o aparelho mais indicado pra criança é o à prova d’água. Tem ainda os internos, os auriculares e até os transparentes. O preço varia de R$ 1.000 a R$ 10.000, que é um aparelho todo transparente que fica completamente invisível, dentro do canal auditivo.”
Segundo a Dra. Renata, ainda existe muito preconceito para o uso do aparelho auditivo, que é a única forma de identificar se o indivíduo é surdo, principalmente entre os adolescentes. A médica faz ainda um alerta aos pais e professores.
“Os professores devem ter mais atenção aos alunos desatentos, que não apresentam concentração ou mostram irritabilidade, ou aqueles que a mãe às vezes reclama que está com distúrbio do sono. Nesses casos devem-se orientar os pais a buscarem uma ajuda profissional, primordialmente o fonoaudiólogo.”
O fonoaudiólogo deve ser o primeiro profissional a ser procurado em caso de problemas de dificuldade de dificuldade de aprendizado, esse profissional é capacitado para identificar se o caso se trata de uma deficiência auditiva ou de outro problema que deverá ser cuidado por psicólogo ou psicopedagogo.
Fonte: Ururau
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